sexta-feira, 1 de abril de 2011

Predestinação...


Se tem uma palavra que define a vida e trajetória de Assis Chateubriand, é predestinação! Afinal de contas, ele nasceu e viveu para realizar uma única missão. E, agora, você deve estar se perguntando: apenas uma missão? Mas, qual? Já que Chatô foi responsável por criar um império das comunicações no Brasil, foi um político influente, embaixador da Inglaterra, integrante da Academia Brasileira de Letras, jornalista de sucesso, fundador do maior e mais importante museu brasileiro, pioneiro da TV no país, entre outras muitas coisas.

Eu respondo: nenhuma das alternativas anteriores. A verdadeira missão de Chateubriand era muito mais simples e foi cumprida com pleno sucesso desde a infância pobre do jornalista em Umbuzeiro, sertão paraibano, até o final dos dias do já renomado homem das mídias e poderoso empreendedor. Chatô sempre fez o que quis, do jeito que achava melhor, sem se importar com palavras como impossível ou com a opinião alheia.

Você deve estar achando essa missão relativamente fácil. Acertei? Mas, é totalmente o contrário. Uma prova disso é se questionar sobre a seguinte situação: quantas crianças de 12 anos você conhece que por iniciativa própria bateram na porta da família mais poderosa de sua cidade para pedir emprego no jornal mais influente da região? E mais, quantas, das que fizeram isso, conseguiram a vaga e desempenharam com êxito suas funções?

Outro caso. Quantas pessoas você tem conhecimento que conseguiram alterar uma lei federal apenas por conveniência de seus próprios interesses? Pois bem! Chateubriand fez as duas coisas... e fez muito mais. Simplesmente pelo fato de se jogar de cabeça atrás dos sonhos e objetivos, sem medos, e por ter a mais plena consciência de que, no final, tudo daria certo.

Sim, admiro demais Assis Chateubriand. Um homem das palavras, culto, espontâneo, revolucionário, pró-ativo, corajoso... e um tanto mais de adjetivos que poderiam transformar meu texto numa rasgação de seda sem fim. Mas, além de tudo, o que mais me comoveu ao ler a biografia de Chatô, escrita por Fernando Morais, foi saber que existiu um homem que, no sentido mais amplo da palavra, viveu. Viveu todas as dores, amores, prazeres, vontades, sensações e experiências.

É claro que, para isso, o jornalista fez muitas besteiras, até atitudes que pessoas comuns consideram deploráveis. Como exemplo, podemos citar a frieza como tratava os próprios filhos ou as injustiças que cometia contra suas mulheres. Além disso, ética não é uma palavra que fazia parte do vocabulário de Chateubriand, que criava amizades e inimizades com extrema facilidade e sempre com objetivos, digamos, escusos. Um homem frio, egoísta e manipulador. Mas, totalmente fiel aos seus interesses.

Por isso, indico o livro “Chatô, o Rei do Brasil”, de Fernando Morais. Uma biografia rica em detalhes, curiosidades e que, além da história desse grande homem das comunicações, nos apresenta uma lição de vida. Que, não necessariamente, deve ser seguida por todos nós.

5 comentários:

  1. Texto muito bem escrito, parabéns! Já estou seguindo o blog. Também me arrisco a escrever sobre os livros que leio, dá uma passada em http://oliterata.blogspot.com

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  2. Oi Fê, que orgulho de vc!!! Às vezes não conhecemos direito todas as grandes qualidades que as pessoas que estão sempre ao nosso lado têm. Parabéns, adorei! Gá.

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  3. Oi Vasconcellos,

    Pra mim o Chatô seguia fielmente a frase: "Os fins justificam os meios" e realmente foi um cara que sonhou ser grande e conquistou esta grandeza.

    Parabéns pelo blog parceira!!!

    Bjs

    Partner, Daiane Brito

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